Wednesday, February 05, 2003

PA2 - Montagem - Prof Juliana - Aula 1 - 03/02/2003


Esta foi a primeira aula do ano, ou melhor, primeira aula do semstre em que montarei minha primeira peça! A Expectativa de ter aula com 4 novos professores era grande, uma vez que éramos quase filhos da Andréa que nos acompanhara desde o básico até o PA1

Parte 1 :

Aquecimento : Aos poucos os alunos chegaram e subimos todos ao palco do Teatro 1, nossa sala de aula de Montagem. Fizemos uma roda e fomos nos apresentando 1 a 1 durante a chamada para a Professora Juliana e sua assistente de direção. Nesse instante ela saiu do palco e nos mandou nos aquecer de alguma forma, em grupo ou individual. Formamos uma roda, demos as mãos e começamos fazendo o aquecimento igualzinho da aula de corpo da Andréa do semstre passado, com direito ao Marcos narrar todo o exercício: " relaxa a cabeça, solte os ombros, solte o maxilar, a língua,....etc" Soltamos o nosso corpo até o chãoe voltaos num impulso com os braços pro alto e soltando o ar e terminamos nos aplaudindo.

Observação : Juliana nos pediu pra começarmos a observar toda o palco e seus detalhes, por diversos ângulos. Podímos descer do palco, olhar pela platéia, pelo corredor, por frente e por trás do palco, pelo camarim, etc. Depois ela pediu que escolhessemos um ângulo que mais gostássemos. Todos saíram do palco e um a um foi ao local escolhido para ver o palco e explicou o porque escolheu tal local. Eu escolhi o canto esquerdo, na frente, perto da platéia, comigo de costas e meio de lado pra platéia olhando o centro do palco. Escolhi esse ponto pois me imaginei em uma cena qualquer onde eu estivesse atuando e olhando para os outros atores no palco, me interagindo com eles.

Espaço : Voltamos todos ao palco e Juliana pediu pra começarmos a andar. depois fechar os olhos e continuarmos a andar e tentar perceber as pessoas e não trombarfizemos isso por um tempo até que ela mandou de repente parar onde estávamos, depois ela nos girou no mesmo lugar um por um, mandou a gente andar mais um pouco e deppois sentar no lugar ainda de olhos fechados. Perguntou um a um onde estava situado no palco. Acabei parando no mesmo lugar que tinha escolhido no exercício anterior. Escolhemos a pessoa mais próxima pra fazer dupla e depois ela mandou fecharmos os olhos, girar no lugar, andar de olhos fechados e depois pra acharmos a pessoa da nossa dupla sem abrir os olhos ou falar qualquer coisa. Demorou mas achei a Camila.

Espaço + Improvisação : fomos divididos em 3 grupos e tinhamos que fazer uma improvisação qualquer com o objetivo de trabalhar o conceito de Espaço. Tava todo mundo enferrujado, escolhemos o tema praia e fizemos uma historinha porca ali mesmo. Eu e o Rogério estavamos jogando volei de praia e comentando que a vida tava uma merda. Nossas mulhres, Ana e Perpétua, estavam tomando Sol e se levantaram pra ir pro mar. Ficamos com raiva delas irem de novo e nos deixarem ali, aí veio uma vendedora de milho verde ( a Cris) e começamos a dar em cima dela. Nisso chegam nossas mulheres e começam a discutir conosco e com a Cris. Chamo o Rogério de fininho e saímos de cena reclamando que num dá mais e largamos as três discutindo. LIIIXXXOOOOO... Foi muito podre isso tudo. Não tive a menor fé cênica, meu mágico SE perdeu toda a magia, enfim, foi uma nhaca, mas trabalhamos o espaço, ocupamos todo o palco e não deixamos vazios.

Friday, October 25, 2002

Análise Ativa - Aula 12 - Cena Única - 24/10/2002




Acontecimento Inicial: Sou Rafael,um surfista carioca que se mudou pra São Paulo e conheceu Roberta, por quem se apaixonou. Namoramos por 6 meses e resolvemos nos casar. Juntamos uma grana e decidimos casar num lugar longe, e fomos pra Las Vegas, capital mundial do Matrimônio.


Cena Proposta: Casal chega à Hotel em Las Vegas pra casar. Chegando lá, o noivo encontra uma carta dizendo que no Hotel funciona um Cassino e ele pede à noiva que deixe ele ir jogar antes do casamento. Ela reluta mas acaba concordando. O rapaz vai até lá e perde todo o dinheiro. O Dono do Cassino faz uma proposta com ele dizendo que se ele emprestar a noiva dele pra dormir uma noite com ele ele quitará as dívidas do Rapaz. Noivo volta ao quarto, conta tudo, tem uma briga com a noiva, e quando conta da proposta ela diz que aceita, mas que ela vai pra nunca mais voltar, que vai casar com o dono do Cassino. Final da Cena.


Execução: A cena foi subdividida em 4 partes:


Parte 1 : Acontecimento Inicial

(Claudinha de costas pra mim e eu de frente pra platéia):

RAFINHA: Olá! Eu sou Rafinha, surfista da Barra da Tijuca que há 3 anos mudou-se para Ubatuba. Acontece que há mais ou menos um ano ando meio relaxado com minha prancha de surf. Deve ter sido por ter conhecido a ...

(Claudinha troca de lugar comigo, num pulo que a gente dá)

ROBERTA: ...Roberta! Uma garota decidida, paulista tá ligado, pode crê? Nunca fui de ninguém. Sempre segui a liberdade de expressão (agora com um movimento e voz sensual) e de tesão. (nisso Rafinha atrás faz um gesto de aprovação). Acho que por isso que resolvi me envolver com um cara descolado como o ...

(trocam-se posições novamente...)

RAFINHA: Rafinha! Um cara que só curtia pegar ondas até que...

(sendo interrompido por Roberta, que vira o rosto por cima de meu ombro pra Platéia, colocando a sua mão em meu ombro e dizendo...)

ROBERTA: Roberta!

(eu a interrompo dizendo e pegando na mão dela...)

RAFINHA: Obrigado meu amor! (voltando-se ao público..) ...por quem me conheci e me apaixonei loucamente. Foi tudo tão explosivo e tão rápido que resolvemos nos casar. Juntamos uma grana violente e fomos escolher um lugar longe e maneiro. Ia sugerir Hawai, mas ela me veio com uma hitória de ( fazendo cara de desprezo e falando pausado com sotaque carioca carregado...) Las Vegas!!

(Trocamos de posição)

ROBERTA: Capital mundial do matrimôni, das luzes, das cores...

(Trocamos de posição novamente)

RAFINHA: de riqueza... deglamour...

(Roberta pula do meu lado e os dois virados pra platéia dizem juntos...)

RAFINHA e ROBERTA: ... e gente famosa!!!!!


Parte 2 : No Hotel

Chegamos, ficamos entusiasmados com tudo, com a riqueza das coisas, dos objetos, quadros... resolvemos pedir um champagne pra comemorar e aí eu vejo que estamos em um Hotel-Cassino. Peço à Roberta pra ir comigo jogar. Ela num quer, diz que está cansada e tem que se preparar pro casamento que é hoje de noite. Eu insisto e ela acaba deixando. Eu prometo voltar logo e saio de cena.


Parte 3 : No Cassino

Entro no Cassino curioso, sem conhecer o lugar e peço pra moça (Cris) me explicar o jogo. Ela me embebeda, dando drinks de graça e eu jogo. Ganho a primeira. Me empolgo. Jogo a segunda. Perco. Jogo o resto do meu dinheiro. Perco. Empresto e jogo de novo. Perco. Me desespero. O dono (Diogo) chega e me diz que eu to fudido. Ele diz que há uma solução e me faz a proposta de dormir uma noite com minha mulher. eu reluto mas digo que vou ao quarto conversar com minha mulher. Saio.


Parte 4 : De volta ao quarto

Chego bêbado, conto o ocorrido à Roberta que fica transtornada e discute comigo. Eu caio e fico no chão chorando e pedindo desculpas. Conto a pior parte da história, sobre a proposta. Ela quase enlouquece. eu choro. ela não aceita minhas desculpas e sai, dizendo que vai dormir com o Redford (Diogo) mas que não volta nunca mais e vai se casar com ele. Ela sai e eu me desespero e choro no chão.


Comentário: Hoje foi um dia muito legal. Me encontrei com Claudinha na hora do almoço para discutirmos a cena. De início tínhamos pensado em fazer algo forte, pesado. Eu ia ser de primeiro um traficante carioca e ela uma prostituta. depois eu resolvi ser um bicheiro, já que um traficante num ia perder toda a grana no Cassino. O fato é que terminamos nosso almoço e eu continuei muito insatisfeito com nosso enredo que ainda estava muito crú. Resolvemos chegar cedo no teatro e ensaiarmos algo lá.
Estava trabalhando de tarde, quando me veio um estalo. Pensei numa cena inicial, fora do roteiro (foi uma crítica que recebemos) contando o acontecimento inicial , mesmo sabendo que a Andréia ia reclamar por sairmos um pouco do roteiro, pois valia à pena! Do nada, me veio várias idéias na cabeça. Muito doido! Comecei imediatamente fazer vários rascunhos e desenhos. Será que é por que cedo eu li um pedaço do capítulo sobre "Imaginação" da Preparação do Ator e fiz alguns exercícios pra treinar a imaginação? Não sei. O Fato é que veio. Muitas idéias apareceram em minha cabeça, eram umas 3 horas da tarde enquanto eu estava programando no computador em meu trabalho.

Pensei no seguinto: eu e a Claudinha nos apresentaríamos antes de começar a cena da seguinte forma. Ficaríamaos um de costas pro outro. Eu começava a me apresentar no início e quando fosse falar o nome da Claudinha (Roberta) nós pulávamos, trocando de posição e ela que falava...Meu, muito louco isso! E ficávamos alternando até a cena realmente acontecer.
Uma coisa que achei supere difícil, foi fazer sotaque carioca e ao mesmo tempo prestar atenção em todos os conceitos como objetivo, interação, etc. Várias vezes durante a cena eu me via e prestava atenção no modo como eu estava pronunciando as coisas. Isso num foi legal, pois minha atenção constantemente se voltava ao sotaque. Por isso, senti que minha atuação decaiu um pouco, comparado às 2 últimas aulas, mas mesmo assim valeu! Foi super legal e bem diferente! A Andréa citou nossas falhas, que foram essas que mencionei aqui, mas disse que foi muito boa! E sem querer, acabei fazendo um exercício de PA2, que é o da construção de uma cena, baseada apenas no Acontecimento Inicial. Ah... tive também uma dificuldade pois eu e a Claudinha preparamos um texto inicial e decoramos, pra podermos fazer nossas "viradinhas". Enfim... fizemos uma atuação muito mais complexa do que estávamos fazendo até então. Foi muito fóda, mas foi muito legal pa percebermos que ainda temos muito chão pela frente. As pessoas com quem conversei, disseram que foi a peça mais original e eu fiquei muito contente em ser o responsável por isso, pois estava sentindo uma falta de criatividade muito grande nos últimos tempos. E o texto que escrevi pro início ficou muito bom, modéstia parte! heheheh! Acho que é isso que tenho que comentar....

Monday, October 21, 2002


Análise Ativa - Aula 11 - Cena 2 - 17/10/2002



Acontecimento Inicial: Sou casado há um tempo com Perpétua. Tenho um encontro com meu melhor amigo, Flávio. Um jantar após o trabalho. Flávio me diz estar tendo um caso com minha mulher e de prova, me entrega um lenço dela. O que Flávio conta é mentira e portanto. Perpétua não sabe de nada.

Cena Proposta: Chego em casa. Perpétua já está se preparando pra dormir. Quando ela percebe que eu chego em casa, começo a interrogá-la. Começamos a discutir, ela se desespera, eu me exalto e no final, sentados na cama, eu a mato sufocada com o travesseiro.

Execução: Trabalho bem as Circunstâncias Propostas. Crio em minha imaginação todo Acontecimento Inicial e reajo psicologicamente sobre a história. Entro em cena, completamnete abalado. Perpétua, sentada na cama e escovando os cabelos, me vê chegar. Se levanta e vem me cumprimentar com um beijo. Eu viro o rosto e ela beija minha buchecha. Ela pergunta se eu estou bem. Eu digo que sim e com um to irônico, digo que o janntar foi ótimo e que descobri coisas de Flávio que nunca soube, mesmo ele sendo meu melhor amigo... Perpétua percebe que estou mal e me diz se eu estou com ciúmes. Digo bem alto, muito nervoso, que não se trata de ciúmes e sim de traição, ao mesmo tempo em que tiro o lenço do bolso. Ela fica surpresa e eu digo que o lenço estava com Flávio e que ele me contara tudo. Começamos a discuitir. Eu saio e sento na ponta da cama. perpétua vem e me abraça por trás. Eu fico nervoso e mando ela sair, empurrando-a com força para trás, fazendo-a cair. ela começa a falar e eu a mando calar a boca, várias vezes. Começo a ficar transtornado. Quando ela vem de novo me acalmar por trás, eu viro e a vejo com os olhos lacrimejados, desesperada, falando coisas sem sentido. Eu me descontrolo ainda mais, mando-a ficar quieta, empurro-a na cama, deito em cima dela, dizendo várias vezes pra ela calar a boca, enquanto pego o travesseiro e tampo o rosto dela, exprimindo força. Ela se debata, eu a sufoco até a morte, até seus movimentos cessarem. Com o rosto no travesseiro, começo a chorar, pronunciando as palavras "CALA A BOCA..." cada vez mais lento, baixo, abafado e chorando.

Comentário:Acho que consegui trabalhar todos os conceitos que pretendia. Foi muito boa minha interação com Perpétua. Nós dois nos sentimos perfeitamente na pele das personagens. Meus sentimentos nessa cena foram profundos. No momento que ela estava na cama, eu vi realmente um desespero, os olhos dela realmente se lacrimejaram e eu fiquei muito transtornado e no final chorei de verdade. Foi muito boa a cena. Todos gostaram. Depois eu me senti muito mal, pois de certa forma, senti em minha pele o transtorno de alguém.. senti as consequências de atos de uma pessoa que perde a razão.Como uma tragédia pode acontecer por meios de falsidades e mentiras. Como nos deixamos ser levados pelo mundo que vemos e não pelo mundo que é ou que deveria ser.


Análise Ativa - Aula 11 - Cena 1 - 17/10/2002



Cena Proposta: Chego no estacionamento depois do trabalho para pegar o meu carro. Quando chego ao local, percebo que o carro nào está lá. Penso que foi roubado. De repente me lembro que hoje foi o dia do meu rodízio e que eu vim trabalhar de ônibus.

Comentário: Fui o primeiro voluntário, pra variarar. Eu sempre gosto de ser o primeiro, pois é sempre quem pode usar mais a criatividade nas cenas, pelo fato de ter a liberdade de escolher os objetos que compõem o cenário e montar a cena da forma que eu imagino. Não que não tenha essa liberdade depois, mas como já percebi pelas outras cenas anteriores, as pessoas costumam seguir uma tendência adotada pelos primeiros. Se coloco uma porta em determinado lugar, se se no canto direito da sala eu faço de cozinha, no centro a sala e no esquerdo o quarto e a mesa da sala de jantar em tal posição, as pessoas que executarão a mesma cena posteriormente, tendem a usar as mesmas idéias, e eu num acho isso legal, pois eu prezo muito trabalhar a imaginação em primeiro lugar, pois sei que através dela é que consigo despertar meu espírito criador e abro caminho às devidas circunstâncias propostas e o consigo trabalhar melhor o mágico "se" no mundo que eu criei.

Execução: Peguei vários bancos e disponibilizei-os ao fundo da sala paralelamente um a um de modo que lembrasse as vagas de um estacionamento. Entrei pela sala, andando normalmente, tirei a chave de meu bolso e com ela na mão, passei por todas as "vagas" e quando cheguei à última utilizei o recurso de "parada", mostrando uma expressão de "ué" em não achar o carro. Após alguns poucos segundos estático, virei pro público e olhando pro chão perto dos meus pés, cocei a cabeça. Comecei a ficar nervoso. Olhei pra vaga de novo, dei uma olhada no horizonte como se estivesse procurando o carro em outras vagas, voltei de novo em direção ao público, bati com os braços em minhas pernas, cocei a cabeça de novo e fia a "parada" novamente. quando minha expressão mudou para um sorriso inconformado, bati com a mão em minha cabeça e saí de cena dando uma risada sutil.